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A QUESTÃO DOS TRANSGÊNICOS


Por Cirilo Gruszynski
Engenheiro Agrônomo M.Sc.

A alteração genética para produção de plantas transgênicas, apesar de ser considerada como uma coisa só, é uma técnica realizada de várias maneiras e com alteração/ incorporação de genes de origens diversas. Os riscos são variáveis, podendo ser de alto a nulos de acordo com o tipo de planta e o ambiente em que está sendo introduzido, em especial em relação à presença de espécies nativas com proximidade genética.

Um dos grandes riscos ambientais é que os genes venham a seu transmitidos à parentes nativos, reduzindo a diversidade genética ou transmitindo característica indesejadas,

Mas sem dúvida essa é uma "briga"politico/econômica, envolvendo por um lado grandes empresas e por outro (sem querer ofender) um grande público desinformado, que, na dúvida, prefere que tudo continue como está! Mas, prudente seria separar melhor o joio do trigo, para uma análise particularizada de riscos.

Sobre a soja, acredito que o maior problema está na utilização do herbicida glifosato, até então não utilizado nas plantas que serviriam de alimento, sobre as plantas que produzirão o grão. Onde está a licença para seu uso nessa modalidade?

Sobre as plantas transgênicas (ainda não permitidas para cultivo!) que produzem sementes estéreis quando plantadas pelo produtor (existem alguns híbridos similares de melancia e pepino sem semente. Isso é obtido por cruzamento, não por alteração cromossômica) O risco potencial da alteração genética nesse caso é altíssimo, pois se essa característica passar para plantas nativas (pelo pólen por exemplo) poderiamos estar extinguindo essas espécies. A análise desse risco de transmissão deve ser realizada com extrema responsabilidade e com muita pesquisa antes do lançamento. Quando à dependência econômica do agricultor, é que nem ficar brigando com nossos filhos para que não comam no Mac Donalds. Questão de consciência! (aqui em Gramado, RS, até agora a comunidade conseguiu impedir até mesmo que não seja instalado um!). Sempre existirão alternativas e público para elas.

O melhoramente tradicional das plantas e o cruzamento entre espécies que o homem vem realizando há séculos é também de considerável impacto ambiental.

Aliás, aos moradores urbanos cabe a reflexão sobre o lixo e o esgoto gerado pelas conglomerações urbanas. Aos que brigam contra os agrotóxicos e contra as multinacionais é interessante reconsiderar a utilização de inseticidas quando vêem uma barata ou um mosquito em casa. Os princípios ativos e as empresas são as mesmas!

Na minha opinião devemos pensar no sistema, em vez de ficar tentar martelar peça por peça e para só depois fazer tudo se encaixar.

Abraço a todos,

http://www.cultivodeflores.com.br/
(transcrito do Grupo de discussão CEAVI)